sexta-feira, fevereiro 01, 2013

Casuarina. É samba? É samba!! Carnaval, po!

Eu vou parar de me explicar porquê não escrevo, ou se escrevo, com espaço de tempo tão grandes. Sou daquelas que escreve mas vira e mexe tem preguiça.
Vai entender, né.


Bom, negócio é que hoje deu na telha de escrever e sobre uma banda que pertence a um estilo que geralmente os rockeiros tem certo preconceito.

Mas antes eu preciso explicar umas coisas;
Sou nascida e criada no Rio de Janeiro. Meus pais sempre foram moradores típicos da cidade. Nunca foram grandes amantes de música, então o que tocava no rádio era o suficiente pra eles. OK, nada demais.
Acontece que o samba sempre esteve presente na vida deles, desde crianças, e o rádio só fortaleceu essa paixão. Então, eu cresci ouvindo samba, frequentando quadras de Escola de Samba (Salve eterno Jamelão! Salve Mangueira! Minha escola de coração!) e no Carnaval, vendo meus pais chegando e saindo com fantasias pra desfilar na Apoteose!
Ou seja, não tinha como eu não gostar o mínimo que fosse do estilo. Preciso dizer que além de tudo, também sei sambar!

Pois bem.
Quando eu era adolescente eu ouvia samba escondido porque eu era rockeira, e era aquela imagem que eu queria passar pros outros. Bobeira, né?

Mais alguns anos se passaram e eu passei a realmente apreciar abertamente o estilo.
Meus amigos que não sabiam desse meu lado, ficaram espantados e sempre me perguntando como eu sabia cantar aquelas letras! Ora bolas, clássicos nunca morrem! Nem precisa gostar de samba pra saber cantar!

Tá.
Agora posso ir ao ponto que eu quero.

Então, aí ano passado, meu pai me mostrou uma música do CASUARINA, grupo de samba e choro daqui do Rio de Janeiro, do filho do Lenine, João Cavalcanti (uma graça e uma voz deliciosa) , que tava começando a estourar por aí.
Essa:

(IGNORA O CLIPE CAFONÍSSIMO E FOCA NA MÚSICA)

Por serem garotos instruídos e formados, dá pra perceber uma diferença gritante nas letras e composições, na própria língua portuguesa, daquelas que foram compostas por outros sambistas sem tanto estudo. O que não diminui em nada o valor delas, que fique claro!

Mas aí eu não me contive e baixei o disco todo, TRILHOS - TERRA FIRME. O último a ser lançado em 2011.

O disco é SÓ maravilhoso! As letras são fáceis de decorar e inéditas! Ou seja, já é de deixar qualquer um de queixo caído com a qualidade das composições. A última música do disco (Samba de Helena), cantada e composta pelo outro vocalista Gabriel Azevedo, foi feita pra filha pequena do cara. Uma delícia de ouvir e cantar junto. Aliás, a voz do Gabriel pra mim é imbatível. O forte sotaque carioca dá o ar da graça quando ele canta!
A sétima faixa, chamada Qual Maneira, descreve o calor que é na Baixada Fluminense em pleno verão. Alguém já conseguiu compor sobre o calor sem ficar clichê, gente?

Ai tá.
Fim de semana passado estava em Juiz de Fora e uma amiga sugeriu que fôssemos ao show deles. Como nunca tinha ido e tinha curiosidade, resolvi ir.


Foi simplesmente incrível!
Eu já sabia que eles tinham 2 outros discos de inéditas lançados (Casuarina de 2005 e Certidão de 2007) e outro com clássicos do samba e convidados ilustres, que foi lançado com o título de MTV Apresenta Casuarina gravado na Fundição Progresso, na Lapa, berço do samba e do choro carioca, pela emissora.


Música de João Nogueira.

O negócio foi que eu saí do show completamente abobada como o samba pode ser algo super divertido e leve pra se frequentar de vez em quando. Cantei todas que sabia, que não foram poucas, apesar de conhecer um disco de três, pois cantaram tantos clássicos que a gente nem acredita que conhece! E dancei, sambei muito! Saí de alma leve, juro!

Voltei pro Rio e no dia seguinte eu já entrei na internet atrás dos álbuns que não conhecia.
Isso foi na segunda-feira. Hoje já é sexta e já ouvi tanto que quase decorei as quase 50 músicas!


Eu gostei tanto do grupo, algo que geralmente acontece mais em relação a discos de rock, que eu não consigo parar de ouvir.
Talvez porque o carnaval esteja se aproximando e não existe festa mais democrática que esta!

Também tenho uma teoria de que todo rockeiro tem um sambista guardado dentro de si.
Todos os meus amigos rockeiros convictos, quando chega o carnaval se esbaldam com a bagunça!
Não sei explicar porque, mas penso que por morar nessa cidade onde a festa é algo diário, e o samba ser um ritmo tão forte como o rock também é, é capaz de unir os amates de ambos os estilos.

E é isso, gente. Carnaval tá aí na nossa porta! Vamo beber? ;)