Bom, confirmado foi. Agora só nos resta esperar pra saber quais bandas e artistas serão os que nos privilegiarão com suas performances. Esperar também o tempo até lá. Entre setembro e outubro do ano que vem. Ou seja, pra daqui um ano mais ou menos.
Confesso que fiquei numa euforia imensa quando soube disso.
Há 9 anos estava eu lá, com 14 aninhos somente, na 3ª edição do festival, junto dos meus pais loucos de preocupação comigo porque fizeram questão absoluta de irem tomar conta de mim. Já me sentia completamente capaz de me defender sozinha e curtir meu show numa boa. Minha mãe superprotetora e meu pai com medo dos garotos me atacarem.
Meu pai só reclamava que a cerveja era uma bosta e tudo caro demais. Eu me lembro perfeitamente do bafafá que foi quando anunciaram que seria Schincariol somente. Na época eu não bebia, era uma santa e achava que nunca iria engolir aquele troço com cara de mijo e gosto de sabão. Convém dizer que realmente, a Schincariol tem esse gosto. Até hoje.
Minha mãe se desesperava com as figuras góticas, punks, hippies, metaleiros e afins que infestavam o lugar. Ela é responsável por um dos momentos mais tristes da minha vida. A saída repentina do festival no início do show do Guns, depois de anos sem subirem num palco. Fomos embora porque ela urrava de enxaqueca deitada em cima de uma canga velha de praia. Como eu conheço minha mãe e já sabia do nível das dores de cabeça que ela tinha, nem falei nada e fui pianinho. E ela achando aquele negócio de rock n roll um saco.
Mas mentira, nem foi um momento triste. Pelo menos eu posso dizer que eu tava lá, quando Sir Axl Rose apareceu igual uma baleia beluga de dreads nos cabelos gritando "WELCOME TO THE JUNGLE, BAAAABYYY!". Pelo menos ISSO eu vi. Tipo um momento histórico, saca?
Eu tinha 14 anos, e cresci ouvindo ele gritando. Nem era tão fã ainda de rockão e nem sacava tanto de música, mas eu sabia que aquilo lá era uma coisa importante.
A partir daquele momento me prometi duas coisas:
1ª) Nunca mais eu deixaria de ver um show que eu quisesse muito assistir, por qualquer motivo.
2ª) Seria fiel ao rock n roll pra sempre. Aquilo sim eu sentia que me trazia felicidade e que até hoje me acalma (Rock n roll, calma...duas palavras que não encaixam muito bem numa frase, só que pra mim sim)
Passado quase uma década eu admito que essas duas máximas QUASE foram seguidas à risca.
Agora, finalmente, Roberto Medina e Cia. resolveram parar com aquela palhaçada de Rock in Rio Madrid e Lisboa e voltar com o tal pra terra natal. Já tava mais do que na hora de colocar o evento no lugar onde ele nasceu 25 anos atrás.
Espero, sinceramente, que o Rock in Rio 2011 não seja um SWU da vida. O negócio é de rockeiro pra rockeiro (tá, a gente desculpa o Carlinhos Brown em 2001 - e eu tava lá jogando garrafa nele com prazer), sem pretextos pra ser realizado. Acho também, se seguir a fórmula das outras edições, que os valores dos ingressos não serão exorbitantes como esses festivais novos que tem por aí. Em 2001 foi muita banda muito boa (muita porcaria também) pelo módico valor de R$35,00 por dia. Claro que os salários aumentaram, os juros, inflação (??), tudo subindo também vai fazer os bilhetes aumentarem também, o que é natural. Porém, sem abuso.
O produtor já deu uma brecha de banda. De repente meus tititos australianos devem repetir os espetáculos de 1985 na primeira edição do evento e de 2009 em São Paulo. Campanha AC/DC no Rock in Rio 2001 JÁ!
Agora que eu já tenho idade mais do que suficiente pra encher os cornos sozinha, me defender de homem chato e curtir uns rocks de boa, tô mais é louca pra esses dias chegarem logo. E como eu, muitos outros jovens já estão sentindo o mesmo.
Papais e mamães, já os deixo avisados com um ano de antecedência: deixem seus celulares ligados porque seus filhos já não sabem o que lhes podem acontecer.
Vive le rock.